Cerca de 160 pessoas de diferentes partes do país participaram das atividades.
A Unicafes Nacional realizou nos dias 23 e 24 de maio, o Seminário Nacional de Fortalecimento das Redes de Cooperação Solidárias, em Brasília, no Distrito Federal. A proposta foi aprofundar e socializar os resultados das ações desenvolvidas com as Redes de Cooperativas Solidárias, que estão inseridas em 20 estados do Brasil.
Cerca de 160 pessoas de diferentes partes do país participaram das atividades. O público teve a oportunidade de discutir estratégias para comercialização e trocar experiências sobre os trabalhos desenvolvidos em suas regiões. Ao final, os participantes socializaram seus produtos em uma exposição.
Exposição dos produtos da Agricultura Familiar e Economia Solidária das Redes de Cooperação Solidária.
Atualmente, a Unicafes Nacional com apoio da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) desenvolve um trabalho de organização e fortalecimento de 40 redes em que estão integrados os empreendimentos solidários. A estratégia de organização de redes é fundamental importância para o desenvolvimento e a sustentabilidade dos empreendimentos solidários.
Cenário das Redes de Cooperação Solidária
A formação de Redes de Cooperação Solidárias tem como objetivo fomentar ações colaborativas entre organizações socioeconômicas, buscando ampliar os impactos na produtividade e no acesso aos mercados, com ampliação de escala e inovação nas formas de agregação de valor, permitindo assim a formação de negócios sustentáveis. Nas redes as cooperativas se unem para obter ganhos e vantagens competitivas, buscando melhores condições para viver e promover a solidariedade econômica.
O Presidente da União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e da União Nacional das Organizações Cooperativistas Solidárias (Unicopas), Luiz Ademir Possamai destaca a importância das redes afirmando que: “o objetivo das redes é facilitar a vida das cooperativas naquilo que diz a respeito de representação e mais que isso, ampliar as estratégias de comercialização, pois temos poucos produtos nas cooperativas singulares e no coletivo, fica muito mais fácil para formar um volume de produtos para viabilizar a comercialização, então não tenho dúvida que a alternativa para as pequenas cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária são as redes.”
O sucesso de uma rede organizacional está no equilíbrio entre a competição e a cooperação. No entanto, essa cooperação esperada da atuação em rede traz grandes desafios, pois a evolução no domínio das técnicas de comunicação, tecnológicas e comerciais não podem ser apenas processos individuais, mas sim coletivos e esse processo de interlocução entre os atores demanda maior nível comprometimento.
Em contraposto aos desafios Possamai destaca: “Uma das principais potencialidades das redes é promover o desenvolvimento local, de forma coletiva facilitando a organização para promoção do desenvolvimento, potencializando as possibilidades de melhorar a renda e a qualidade de vida das pessoas que estão na rede com promoção de ações locais, com participação das pessoas”.
Presidente da Unicafes e Unicopas gestão 2014-2016, Luiz Ademir Possamai.
A organização em rede, caracterizada pelo estabelecimento de cooperação numa economia de mercado globalizada, traz consigo a necessidade de adaptação num mercado marcado por mudanças rápidas e inesperadas, solicitando decisões também rápidas para compartilhar recursos para o enfrentamento de ambientes novos econômicos. Esse paradigma reforça a necessidade de se preservar a autonomia de cada organização na rede, mas ampliar a transparência para maior e melhor gestão econômica, numa estrutura que se assemelha a um tecido de alianças estratégicas coordenado por um órgão central cuja única missão é aperfeiçoar a transparência comercial e o desempenho conjunto.
Atualmente, a Unicafes está presente em 20 estados do país. Cerca de 50% das cooperativas filiadas estão organizadas em rede, enquanto que o restante encontra-se em processo de articulação. Os desafios são vários. De acordo com o presidente da organização as singulares ainda possuem dificuldade na compreensão da importância deste sistema, porque estão acostumadas com o capitalismo que incentiva o individualismo, enquanto que o trabalho de rede prima pela união de esforços para se tornar mais forte.
No entanto, a Unicafes tem intensificado as suas ações buscando a compreensão da importância deste modelo de trabalho e os resultados já estão aparecendo. “A nossa força está na organização, quanto maior a rede, maior será a força, a demanda, e o potencial de comercialização, de renda e de compra de produtos”, destaca Possamai.