Na segunda-feira (15), organizações da Agricultura Familiar se reuniram com representantes políticos para avaliar a situação atual do setor leiteiro da AF no Oeste de Santa Catarina, construindo proposições e ações para continuidade da atividade leiteira na Agricultura Familiar.
Luiz Possamai, presidente da Unicafes e da Unicopas, disse ser preocupante a situação vivida pelos produtores de leite, devido a forte concorrência com as grandes indústrias, e que é preciso um auxílio do governo para inverter esse quadro. “O escoamento da produção deve ser uma ação urgente, mas não garantirá a segurança da produção e da renda. Portanto, é necessária uma união entre agricultura familiar, governo, empreendimentos urbanos, entidades civis e públicas”, avalia.
Celso Ludwik, da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), relatou o quadro vivido pelos agricultores familiares de Santa Catarina e apresentou pontos que ainda precisam ser efetivados. “Precisamos avançar ainda na segurança jurídica pela falta de relação contratual (contrato de compra e venda), implantar o grande programa de Ater, criar soluções para comercialização, não financiar modelos concentradores de produção e criar a política nacional de produção de leite, dando ênfase ao cooperativismo”, garante.
O vice-reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Antônio Andreolli, falou sobre a importância da AF e a necessidade de garantir melhorias para esses agricultores. “A metade da população mundial é rural, estabelecendo novos jeitos de desenvolvimento sustentável, economia solidária, produção orgânica, entre outros. Quando produzimos localmente temos uma aumento da resistência, colocando os produtos e as pessoas nas redes de comercialização”, conclui.
Estavam presentes no evento agricultores familiares, representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS),do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Cresol, Cooper Sul, além de representantes políticos da região.
Metas Estabelecidas
1-Questões emergênciais:
- Realizar deebate com Ministério Público, MAPA e Câmara Setorial do Leite de Santa Catarina, buscando construir ações de diferenciação das ações de investigação no leite, culpando somente os responsáveis e não penalizando toda a cadeia produtiva, realizar o resgate da imagem do alimento leite como produto de qualidade e saudável.
- MDS: realizar a aquisição do leite UHT da agricultura familiar.
-CONAB: Elaboração de projetos PAA formação de estoque garantindo capital de giro as cooperativas.
- Construção arco de alianças para enfrentar o problema de forma coletiva, realizando campanhas de marketing e publicidade promovendo o consumo do leite.
2-Questões estruturais:
- Constituição do fórum sul das entidades e cooperativas da agricultura familiar e economia solidária para debater e construir a política nacional para produção do leite (ATER, Pesquisa, cota de produção , laboratórios públicos, infraestrutura).
- Garantir através da luta a permanência da atividade na agricultura familiar.
- Estruturação do sistema de cooperativas de economia solidária da Região Sul com projeto de intercooperação.