O Brasil é muito mais rural do que se pensa. Cerca de 37% da população brasileira vive no campo. Esta é uma das conclusões do estudo “Repensando o conceito de ruralidade no Brasil: implicações para as políticas públicas”, que será debatido na próxima segunda-feira (9), em Brasília (DF).
A apresentação do estudo faz parte da primeira edição do “Diálogos sobre o Brasil Rural”, encontro realizado pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento (Nead/MDA). “A ideia do evento é promover momentos de reflexão no Ministério e internalizar os trabalhos técnico-acadêmicos que são produzidos em parceria com centros de pesquisa”, aponta Fátima Brandalise, coordenadora do Nead.
Iniciada em 2012, a pesquisa aborda quatro componentes principais: a análise das concepções de ruralidade, seus alcances e limitações, no Brasil e em oito países da América Latina e Europa; a formulação e validação no campo de propostas de tipologias dos espaços rurais no Brasil; a análise das implicações e impactos de uma releitura do rural e suas tipologias nas políticas públicas de desenvolvimento rural; e a elaboração de subsídios técnicos e institucionais para a realização de iniciativas semelhantes em outros países da América Latina.
Redimensionamento do rural
Para se mensurar o impacto que essa nova concepção do rural, quando implantada, causará no campo e nas políticas públicas de desenvolvimento rural, basta observar os dados atuais com que trabalha o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pelo critério da lei, que orienta o Instituto no momento do último Censo (2010), apenas 18% dos brasileiros são considerados rurais.
Pela classificação dos municípios do País proposta pelo estudo são identificados 26 tipos de territórios regionalizados por bioma, e estes são associados à população recenseada em 2010 para se chegar ao resultado, que representa cerca de 81 milhões de pessoas. A pesquisa também atesta a diversidade do espaço rural, que comporta regiões e padrões de vida distintos, em decorrência do processo histórico de ocupação humana e econômica que prevaleceu em cada área.
Um dos principais desdobramentos do trabalho é fornecer informações para que as políticas públicas de desenvolvimento rural e territorial sejam adequadas às especificidades do Brasil rural contemporâneo, a partir de uma visão integrada, tendo como elemento estruturador o diálogo entre o rural e o urbano. Considerando dimensões geográfica, social, cultural, econômica, ambiental e administrativa, as políticas públicas poderão ser orientadas estrategicamente para melhor atender os territórios e contribuir para desenvolver suas potencialidades.
Trajetória
O estudo “Repensando o conceito de ruralidade no Brasil: implicações para as políticas públicas” é fruto de parceria entre MDA, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A exposição do trabalho será feita por Tânia Bacelar, professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenadora técnica do projeto; Jan Bitoun, professor do Departamento de Ciências Geográficas da UFPE; e Humberto Oliveira, consultor do IICA.
O evento é aberto ao público. Os interessados em participar devem confirmar presença pelo e-mail: manuela.pires@terceirizado.mda.gov.br
Serviço
1ª edição de Diálogos sobre o Brasil Rural – “Repensando o conceito de ruralidade no Brasil: implicações para as políticas públicas”
Data: 09 de março (segunda-feira)
Hora: a partir de 13h30
Local: Auditório do subsolo do MDA. Esplanada dos Ministérios, Bloco A.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário