Encerrou em abril o curso de Educação a Distância (EAD) de Manejo do Pequi, oferecido pelo Programa de Formação em Agroextrativismo no Cerrado, em parceria com a União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes). Cerca de 70 pessoas de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso e São Paulo, ligadas à agricultura familiar, agroextrativismo, populações tradicionais e ao cooperativismo, participaram da formação.
Conforme relatório da coordenadora pedagógica do curso, Maíra Figueira, dos alunos que concluíram o módulo, 37 são mulheres e 28 homens; 25 são agricultores familiares, 16 agroextrativistas, 06 geraizeiros, 01 indígena, 02 quilombolas e 15 se identificaram como outros. A maioria está vinculada a algum empreendimento, seja associação ou cooperativa.
Ainda segundo o relatório, 16,92% dos concluintes são jovens, ou seja, têm até 29 anos, e 63,07% estão na faixa de até 49 anos, sendo que teve maior participação das mulheres, equivalente a 56,9% do público. Quanto à escolaridade dos participantes, os que possuem ensino superior completo são 49,23%, seguido pelos alunos com ensino médio completo (24,61%).
Em geral, avaliou-se como positivo da formação o diálogo entre o conhecimento técnico e o conhecimento tradicional, expresso nas videoaulas e nos encontros virtuais. Como ponto negativo foi apontado a dificuldade de acesso à internet por muitos dos participantes.
Agricultor familiar há mais de 30 anos, Santino Lopes de Araújo, da comunidade de Água Doce, de Bonito de Minas (MG), avalia que a formação cumpriu o seu papel de trazer experiências diversas sobre a produção do pequi. Para ele, que é morador de vereda, aprofundou-se o debate sobre preservação ambiental e a potencialidade do cerrado para com este tipo de cadeia produtiva. “É um incentivo para nós, que não podemos deixar de nos aperfeiçoar e nem que nossa cultura se enfraqueça. É com diálogo e no cooperativismo que crescemos”, ressalta.
Também agricultor familiar, Aparecido Alves de Souza, secretário da Cooperativa Grande Sertão (MG), observa que o curso propiciou conhecimentos desde o processamento da polpa de óleo, caroço, castanha, até como desenvolver a muda para enriquecer as áreas de produção. “Foram aulas com muitas informações, que beneficiaram nós, agricultores familiares da cadeia do pequi, possibilitando o aperfeiçoamento do nosso trabalho”, frisa.
A formação
O EAD de Manejo do Pequi teve como objetivo o aprimoramento da produção agroextrativista e viabilização da estratégia do uso sustentável da biodiversidade, de forma a possibilitar a melhoria da qualidade de vida das comunidades e povos tradicionais. Foram abordados temas como produção de polpa de pequi em conserva e congelado; produção de óleo; produção de castanha e produção de mudas e boas práticas de manejo.
O curso foi promovido em conjunto pela Central do Cerrado, WWF-Brasil, Unicafes, Universidade de Brasília (UnB), Núcleo do Pequi, projeto Bem Diverso e com a produção audiovisual do Coletivo Crescente.
Confira no vídeo o que diz Aparecido Alves de Souza, da Cooperativa Grande Sertão, de Minas Gerais, sobre a formação em EAD de Manejo do Pequi:
As aulas estão disponíveis no canal do youtube da Central do Cerrado. Para conferir, acesse:
Texto: Daiane Benso – Com informações de Maíra Figueira/Unicafes Nacional
Fotos: Luis Carrazza/Divulgação