O cooperativismo na agricultura familiar é um espaço de transformação social e econômica, onde a participação das mulheres tem se mostrado fundamental para o desenvolvimento sustentável. No entanto, apesar de serem responsáveis por grande parte da produção de alimentos e do trabalho cotidiano nas propriedades rurais, as mulheres ainda enfrentam desigualdades históricas no acesso a recursos, crédito e espaços de decisão. Segundo a FAO, elas representam cerca de 43% da força de trabalho agrícola no mundo, mas apenas 15% têm acesso à titularidade da terra.
No Brasil, o Sistema UNICAFES tem sido um importante aliado na luta por equidade de gênero no cooperativismo, promovendo políticas e ações que fortaleçam a autonomia econômica e a liderança feminina. A inclusão das mulheres não só amplia a justiça social, mas também potencializa a eficiência e a inovação nas cooperativas, contribuindo para uma economia mais solidária e inclusiva.
Pilares essenciais
A construção da autonomia econômica e da igualdade para as mulheres no cooperativismo depende de três pilares essenciais:
- Acesso a Recursos Produtivos e Financeiros
Muitas agricultoras enfrentam barreiras para obter crédito, terra e insumos agrícolas. A UNICAFES, em parceria com instituições financeiras e governos, tem trabalhado para criar linhas de financiamento específicas para mulheres, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Mulher). Além disso, cooperativas filiadas têm implementado projetos de comercialização coletiva, garantindo melhores preços e acesso a mercados.
- Formação e Empoderamento
A capacitação técnica e gerencial é crucial para que as mulheres assumam papéis de liderança. A UNICAFES, por meio da Secretaria de Mulheres, promove cursos, oficinas e intercâmbios que fortalecem habilidades em gestão cooperativista, agroecologia e comercialização. Experiências como a da Cooperativa de Mulheres do Vale do Ribeira (COOMAR) mostram que, quando capacitadas, as mulheres transformam realidades, gerando renda e fortalecendo a agricultura familiar.
- Representatividade e Participação nas Decisões
Embora as mulheres sejam a base produtiva, sua presença em cargos de direção ainda é baixa. A UNICAFES incentiva a políticas de equidade e a paridade de gênero, além de promover a criação de núcleos ou secretarias de mulheres nas cooperativas. Marco legal importante é a Lei nº 13.352/2016, que amplia direitos às trabalhadoras rurais, e as diretrizes da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) sobre igualdade de gênero.
Quais são os desafios?
Os avanços conquistados são significativos, mas os desafios persistem. Para consolidar a autonomia econômica e a igualdade de gênero no cooperativismo, é necessário:
- Ampliar políticas públicas que garantam acesso à terra, crédito e assistência técnica para mulheres;
- Fortalecer redes de apoio, como grupos de mulheres e cooperativas exclusivamente femininas;
- Incentivar a liderança feminina por meio de mentorias e capacitações contínuas;
- Promover campanhas de conscientização sobre a importância da equidade de gênero no campo.
A UNICAFES BRASIL, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tem o papel estratégico de fomentar um cooperativismo mais justo e inclusivo. A igualdade de gênero não é apenas uma questão de justiça, mas um fator essencial para o crescimento sustentável da agricultura familiar. Quando as mulheres têm autonomia, toda a sociedade se beneficia.
"A Secretaria de Mulheres da UNICAFES Brasil promove a equidade de gênero no cooperativismo da agricultura familiar através de capacitação, articulação política e fomento à autonomia econômica das mulheres rurais." destaca Josiane Gonçalves, assessora institucional da Secretaria de Mulheres da UNICAFES BRASIL.
Josiane Gonçalves, Assessora Institucional da Secretaria de Mulheres da UNICAFES BRASIL
