Artigo: Finanças Solidárias e Inclusão Financeira
25 de julho de 2025

Em mapeamento realizado pela Senes/MTE com um universo de mais de 20.000 Empreendimentos da Economia Solidária de todo Brasil, foi constatado que o maior entrave para o desenvolvimento dos negócios tem sido a dificuldade de acesso as finanças em geral. Desde a captação de recursos para investimento, custeio, até o capital de giro que contribui significativamente nos processos de comercialização. Esta dificuldade atinge desde empreendimentos informais até as cooperativas.
 

A dificuldade no acesso a crédito dificulta a estruturação dos empreendimentos que são determinantes na implementação dos negócios que geram trabalho e renda para as famílias e impactam na melhoria da qualidade de vida das populações mais carentes e historicamente excluídas do acesso as políticas públicas.

 

Apesar dos vários programas governamentais, a discussão na sociedade civil mostra que se faz necessário a articulação de um conjunto de iniciativas envolvendo fundos rotativos, bancos comunitários, moedas sociais, Oscips de crédito (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) dentre outras formas organizativas de crédito.

 

A junção destas iniciativas tende a construção de um Sistema de Finanças que seja mais inclusivo, autogestionário e sob controle das organizações representativas da classe trabalhadora. O grande desafio que a Unicafes traz para si é: como criar dentro da sua estrutura organizativa um sistema de finanças que propicie à sua base social o acesso ao crédito em condições favoráveis de captação e uso.

 

Instrumentos e ferramentas

Ao olhar para a Unicafes em sua plenitude é possível constatar e existência de um público bem diversificado, principalmente em razão das diferentes situações em que as cooperativas se encontram. Frente a estas diferenças, a Unicafes vem se debruçando na análise das várias experiências de finanças que se adequem a sua realidade. A ideia é encontrar alternativas que viabilizem o acesso ao crédito com modelos organizacionais que sejam replicáveis, exitosos e que permita as devidas adequações as realidades locais.

 

As reflexões vêm demonstrando que os instrumentos e ferramentas de finanças solidárias, em especial os fundos rotativos, bancos comunitários e cooperativas de crédito, constroem processos de educação financeira alinhados com os princípios estruturantes da economia solidária.

 

A utilização adequada desses instrumentos possibilita captar e mobilizar recursos de forma coletiva para o aporte em projetos socioeconômicos das cooperativas. A Unicafes acredita que é a partir de um desenho de sistema de finanças que se modificam as dinâmicas econômicas locais nos territórios e comunidades.  É nesse contexto que é incrementado um processo de desenvolvimento em bases sustentáveis.

 

Novas perspectivas

O ideário é que as cooperativas de produção tenham na sua estrutura uma instancia que opere o acesso a crédito via cooperativas de crédito, bancos ou fundos, mas procurando envolver as agências de desenvolvimento estaduais, programas nacionais de crédito e bancos de desenvolvimento.

 

Nesse desenho, a pretensão é que as instâncias territoriais de finanças da Unicafes estejam ligadas e operando com as Federações estaduais que, por sua vez, trabalham em sintonia com a Unidade Nacional. Isto cria uma relação orgânica entre os ramos produção e crédito e, dá mais robustez e força política ao Sistema Unicafes de Finanças.

 

Esta ideia de um Sistema já se encontra em fase de construção a partir de um conjunto de experiências que acontecem simultaneamente nas diversas regiões do país. O aperfeiçoamento das práticas em curso é um dos principais elementos que impulsiona o Sistema Unicafes a estar sempre mais próximo dos desejos de sua base social.

 

Manoel Vital Carvalho Filho
Secretário Executivo da Unicafes Brasil

 
ATENDIMENTO
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