Atualmente, na agricultura, algumas estratégias produtivas impulsionaram e continuam impulsionando as mudanças climáticas. Pode-se citar, como exemplo, a liberação de carbono para a atmosfera através do corte e queima de florestas, revolvimento e perca da matéria orgânica presente no solo assim como o constante uso de adubos sintéticos que utilizam a queima de combustíveis fósseis em sua fabricação.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) já alertou sobre a necessidade de se adotar uma agricultura sustentável em todo o globo para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. A própria FAO cita a agroecologia como estratégia a ser adotada pensando na sustentabilidade ambiental.
As inúmeras estratégias adotadas na agroecologia como a prática do olhar sistêmico, sucessão natural das espécies, adubação verde, planejamento com design biodiverso de agroecossistemas e uso de defensivos com baixo impacto ambiental, busca da segurança alimentar e nutricional, foco nas mulheres e jovens do campo e adoção de práticas de plantio direto são ações debatidas por inúmeros pesquisadores da área e consolidadas como estratégias capazes de promover a sustentabilidade da agricultura.
Outro ponto abordado na agroecologia é a necessidade de conciliar a conservação e preservação dos ecossistemas naturais com a produção agrícola e animal. A busca de cadeias curtas de comercialização e o fortalecimento da agricultura familiar local praticadas na agroecologia é outra estratégia para se reduzir a pegada de carbono.
Muitos podem julgar a agroecologia inviável por ter uma visão equivocada acerca dos conceitos agroecológicos, no entanto, na contramão, a agricultura convencional está fortemente atrelada ao uso de adubos sintéticos e uso de agrotóxicos que podem faltar ou se tornarem inviáveis financeiramente para pequenos e médios agricultores. Através de uma intercooperação entre agentes públicos, privados e não governamentais é possível expandir a agroecologia principalmente através da assistência técnica, praticar as tecnologias agroecológicas para fortalecimento da autonomia produtiva de agricultores, minimização dos impactos socioambientais e criar consciência política e ambiental em cada família agricultora para ser transmitida às próximas gerações.
Texto de Tiago Ribeiro Lagassi
Tem 22 anos, é agroecológo, ou / bacharel em Agroecologia. É assessor em Ater Estratégico na Unicafes Rondônia, atuando no projeto transição Agroecológica nos negócios comunitários de Rondônia. Para o autor, a agroecologia é o caminho, a verdade e a vida.
Foto: Leuziene Lopes – Assessora de Comunicação da Unicafes Rondônia