O Programa de Pós-graduação em Agronegócios (Propaga) da Universidade Nacional de Brasília, organizará nesta quinta-feira (20), o seminário com o tema "Agricultura Familiar e agronegócios: a pesquisa em foco", em comemoração ao ano da Agricultura Familiar, no Auditório Multiuso II. A entrada é gratuita.
Estudos atuais vêm apresentando um importante debate a respeito da dinâmica do mundo rural movimentado pela diversidade de situações da agricultura familiar (empresas familiares, agricultores familiares menos favorecidos, com ou sem acesso à terra).
A pesquisadora Lucimar de Abreu, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) participa do Painel I – técnicas, métodos e instrumentos de pesquisa aplicados em estudos sobre temáticas que envolvam a agricultura familiar. Conforme a pesquisadora, "debates recentes sobre os agricultores familiares sustentam-se em diferentes concepções teóricas e metodológicas cujas implicações sociais e políticas precisam ser reveladas".
"Uma razão importante dessa discussão está no fato de que é necessário conhecer ou reconhecer as diversas situações de funcionamento das unidades de exploração, e assim situar as especificidades e qualificando o conteúdo e a diversidade das formas sociais de produção", explica Lucimar.
Acrescenta que a discussão sobre as formas sociais na agricultura não é nova, e já há muito tempo intelectuais e políticos debatem a superioridade das grandes explorações sobre as pequenas, a grande eficiência do trabalho familiar sobre o trabalho assalariado, e a supremacia das unidades individuais de exploração agrícola sobre as formas coletivas de produção.
Segundo Lucimar, o debate está hoje mais presente na cena brasileira, e essa situação atual é o resultado da crise que repercutiu, ao mesmo tempo, em dois grandes sistemas de organização e de desenvolvimento da agricultura mundial, o sistema capitalista e o sistema socialista.
No primeiro, constatam-se os limites dos modelos de desenvolvimento agrícola fundados na intensificação e no produtivismo, e pesquisam-se modelos alternativos; no segundo, constata-se o insucesso de diferentes formas sociais de produção coletivas (fazendas do Estado e cooperativas) e decide-se privatizar as unidades de média produção.
Destaque
Nesse contexto e em homenagem ao Ano Internacional da Agricultura Familiar, busca-se nesse evento discutir a interface entre a pesquisa e os negócios decorrentes do contexto produtivo das unidades de produção familiar. Estruturado com uma programação especial, é composto de três sessões
O Painel II abordará elementos de pesquisa sobre o desenvolvimento de políticas para a agricultura familiar, com João Paulo Soares, da Embrapa Acre, Análise Rambo da Universidade Federal da Fronteira Sul, Otávio Balsadi, da Embrapa.
Para finalizar, Painel III discutirá o tema o Brasil e a América Latina nos estudos sobre desenvolvimento rural e a inclusão produtiva e social da agricultura familiar: a pesquisa em foco, com Suzana Lima, da UnB, Manuel Otero, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e Mireya Perafan, da UnB.
Fonte: Embrapa