A equipe de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) que atende os 17 assentamentos do Incra nos municípios de Fraiburgo, Lebon Régis e Monte Carlo, no Meio-Oeste catarinense, está realizando atividades de capacitação e entregando mudas para difundir entre os agricultores a produção de leite, tendo o pasto como base de alimentação dos animais.
Na região, alguns assentados se dedicam exclusivamente à produção leiteira, enquanto outros produzem fumo e grãos, além de terem o leite como segunda atividade. Entretanto, o encarecimento da produção devido ao uso de insumos externos, como rações, preocupava os técnicos de ATER quanto à continuidade da atividade. “Percebemos a necessidade de disseminar conhecimento sobre a importância de ter pastagens perenes, que reduziriam o custo da produção leiteira, bem como maximizariam a qualidade do leite e de vida dos animais”, relata a médica veterinária Geisibel Aparecida de Mello.
Para divulgar os benefícios das pastagens aos assentados, foram realizados nove Dias de Campo sobre Pastoreio Racional Voisin (PRV) - técnica que prevê o piqueteamento da área e rotações de pastagens -, e implantadas sete Unidades Demonstrativas de pastagens perenes. Durante as atividades e em visitas aos assentamentos, os profissionais de ATER efetuam a distribuição de mudas de gramíneas e leguminosas com alto teor nutritivo, que permitem às vacas o aproveitamento de até 70 por cento do que é ingerido para a produção do leite. As pastagens também podem ser utilizadas com sucesso para bovinocultura de corte e suinocultura.
Foco na agroecologia
A correta implantação do pasto incentivado pelas equipes de Ater pode ser a porta de entrada da unidade familiar para a produção agroecológica. “Recomendamos manter ao máximo os animais em piquetes para que o esterco e urina, bem como as roçadas, sejam fontes orgânicas de adubo, sem a necessidade do uso de outros aditivos”, explica Geisibel. Este é o primeiro passo para que o leite produzido seja orgânico, mas ainda há a necessidade de se adequar os tratamentos dos animais.
Aliando bons custos de produção e a preocupação em produzir alimentos saudáveis, aos poucos os assentados vão mantendo seu lote de acordo com o sistema agroecológico, beneficiando sua própria família e também as famílias consumidoras de seus produtos.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Incra/SC