Grande parte dos 25 anos de vida de Atalo Silva, morador de Mossoró, Rio Grande do Norte, foi dedicada ao campo, ao cooperativismo e à economia solidária. Filho de agricultores familiares, o jovem tem incutido dentro de si o amor pela terra, vínculo esse que lhe impulsionou a estudar “Licenciatura Interdisciplinar em Educação no Campo”, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), e consequentemente, atuar em diversas frentes de trabalho na Rede Xique Xique de Comercialização Solidária.

Determinado a contribuir com os mais diversos movimentos sociais da juventude, ainda na adolescência, na comunidade em que nasceu, em Baixa Branca, zona rural de Baraúna, Silva que até então era beneficiado por projetos sociais, começou a ser um multiplicador desse conhecimento, a participar de formações e cada vez mais dar protagonismo ao jovem.

Atrelado à essa vivência e convencido da importância da agricultura familiar para a sociedade, ele ingressou na universidade, e depois, aos 19 anos, foi selecionado como bolsista na Rede Xique Xique. E de lá, nunca mais saiu: sua história se confunde com a da instituição, sendo que entre suas diversas contribuições destacam-se o trabalho de comunicação, execução de políticas públicas voltadas à educação e comercialização, atividades administrativas e de gestão, pesquisas, articulação política, entre outras.

“A formação acadêmica foi aglutinadora, mas a identificação com a Rede foi imediata. Veio fortalecer meu vínculo com o campo, que é algo que não abandono. É uma questão de identidade cultural, é um espaço onde todos se conectam e onde reconhecemos a transversalidade da cadeia produtiva: a força da mulher, a agroecologia, economia solidária, gestão participativa, e representação política. Buscamos, além de gerar renda aos produtores através da comercialização, trazermos dignidade e reconhecimento”, salienta Silva.

O jovem avalia que a União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) tem sido fundamental para a articulação coletiva e observa que a mobilização comunitária é essencial para a melhoria do setor, para que haja mais efetividade e valorização das políticas públicas. “É preciso determinação para seguirmos nesta caminhada. Aos jovens, digo: participem e não desistam, mesmo que não se sintam preparados. O tempo prepara e os frutos só desabrocham na hora certa, porque o caminho é cada um que constrói”, ressalta.

Para saber mais sobre a história de vida de Atalo Silva, escute o podcast:

Texto: Daiane Benso/Ascom Unicafes Nacional
Foto: Arquivo pessoal