O meio ambiente clama por socorro. O ser humano precisa fazer a sua parte para não viver o colapso climático. O impacto das emissões desenfreadas de gases poluentes (GEE) estão acelerando as mudanças climáticas e deixando o ar cada vez mais tóxico.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou que a mudança do clima e a poluição do ar são consideradas a primeira emergência em saúde global, sendo que a poluição do ar já é responsável por 01 em cada 10 óbitos no mundo, pois provoca doenças respiratórias, doenças do coração, derrame cerebral, aumenta o risco de diabetes, demência, além de prejuízo do desenvolvimento cognitivo.
Os incêndios florestais, conforme dados da Coalizão Brasil: Climas, Florestas e Agricultura, batem recordes antes mesmo do pico da seca, e o cenário é preocupante, de acordo com especialistas, que preveem menos chuva, mais seca e a fumaça se espalhando.
As chamas da Amazônia, do Cerrado e do Pantanal romperam fronteiras e afetaram quase todo o Brasil. A fumaça seguiu os ventos, formando um corredor de poluição e calor que atingiu pelo menos dez estados nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) já registrou 5.454 focos de queimadas no Amazonas nos 20 primeiros dias de agosto, um crescimento de 233% comparado ao mesmo período do ano passado.
E toda essa poluição é oriunda também das mudanças no uso da terra, responsáveis pela devastação dos biomas brasileiros, em grande parte impulsionado pela agropecuária, cujas emissões vêm tanto da digestão dos animais, que libera metano, quanto da queima e manejo de resíduos agrícolas de certos cultivos.
Como a Unicafes contribuiu com o meio ambiente?
As cooperativas do Sistema Unicafes têm por si só uma maneira diferente de produzir, em que o meio ambiente é preservado e a sustentabilidade é marca registrada.
A presidente da Confederação Unicafes, Fátima Torres, destaca que as cooperativas têm trabalhado para estimular a resiliência climática e preservação ambiental. Há várias experiências de plantio direto, viveiro de mudas, replantação de mudas da caatinga e do cerrado, plantio de árvores e da própria apicultura, que é um indutor de preservação das plantas”, explica.
Conforme o presidente da Associação, Aparecido Alves, existem muitas experiências de diminuição dos efeitos do clima nas cooperativas do sistema.
“Vivemos um período doloroso, de seca, enchentes, ondas de calor e de frio constantes, reflexos da ação do homem. E a agricultura familiar influencia na produção, preservando variedades, nos produtos da sociobiodiversidade. Por meio da agroecologia, produzimos em harmonia com o meio ambiente, e é assim que queremos fortalecer cada vez mais essas ações e ter um futuro melhor”, ressalta.
Nova meta climática
Construída por diversas organizações do Observatório do Clima (OC), foi lançado no dia 26 de agosto, a proposta de nova meta climática para o Brasil, que indica o caminho que o país precisa seguir para manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C, conforme o Acordo de Paris.
Segundo o documento, o Brasil deverá cortar suas emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 92% até 2035, em comparação a 2005. Isso significa limitar a emissão a 200 milhões de toneladas líquidas, em vez dos 2.440 milhões de toneladas emitidos naquele ano. Além das metas de redução, o OC também propõe medidas de adaptação, como o desenvolvimento de novos cenários de avaliação de risco climático e a inclusão dessa análise no orçamento público, bem como sugere ainda um diagnóstico sobre perdas e danos no país em dois anos, essencial diante dos eventos climáticos extremos que afetam recifes de coral, o Pantanal e grande parte da Amazônia.
Texto: Daiane Benso/Ascom Unicafes Nacional/ Com informações do Observatório do Clima e Coalizão Brasil